Queria me perder na direção certa, mas até lá… vou me livrando dos becos sem saída.
Ah, essa frase…
Escrevi em um momento muito complicado da minha vida. Um tempo em que eu buscava um rumo claro, mas a vida não estava facilitando. Não mesmo. Quando parecia que tinha encontrado a direção certa, lá estava eu, diante de mais um beco sem saída.
Esse pequeno desabafo que escrevi alguns anos atrás ainda faz sentido, ainda faz morada em mim. Essa sensação de procurar a direção certa não ficou no passado, porque a luta contínua — ainda há alguns becos, de tempos em tempos. Às vezes, a vida parece um mapa rascunhado por mãos desavisadas.
Mas, mesmo assim, eu me pergunto: o que é a direção certa? Será que todos os caminhos — até mesmo os becos — foram assim tão errados? Será que eu não aprendi nada com isso? Quem eu seria se não tivesse atravessado certas rotas? Onde eu estaria?
Sim, eu sei. Talvez eu nunca tenha como saber as respostas para essas indagações. E tudo bem. Não saber, afinal, também faz parte do verbo viver. Nascemos sem saber nada. E partiremos sem saber tudo.
Contudo, posso afirmar que construí um caminho ao decidir continuar. Persisti — e sigo persistindo — respondendo ao chamado silencioso de seguir em frente. Minha vida pode ser feita de tentativas, ali e aqui, mas desistir… só se for para (re)começar.
E, no fim, talvez o segredo não seja esperar encontrar sempre a resposta certa, mas confiar que, ao se livrar dos becos, a vida vai trilhando — mesmo que em outro ritmo — o caminho para o que realmente importa.